Eu não preciso que me controles o pensamento, nem que cries paredes em meu redor com o teu nome. Eu não sou cega, consigo ver-te a chegar. Criei uma muralha tão forte, que ninguém me conseguirá ouvir gritar. Há espaço suficiente para nós dois separados, mas sem combinarmos um lugar, um tempo, nós encontramo-nos… ficamos atados, de mãos dadas. Agora como posso ser curada? Se jogaste comigo, porque parece que só houve um perdedor e não foi o jogador. A fruta do nosso amor estava no futuro, ainda só tínhamos criado uma pequena e bela flor subestimada. A cada dia perde mais o seu brilho, mas tenta, e tenta, entortando-se para apanhar todos os raios de sol. Quero achar um caminho e uma maneira de viver, nesta viagem que já não estás comigo. O que é que te mantém tão longe? Ao olhar para atrás, vejo-te demasiado claro, e tu não me vês, e eu ainda estou aqui… Poderíamos estar a nadar no silencio, se me puxasses para baixo, provavelmente não subiria, iria ficar a afundar lentamente, ver-te a me largares, iria ficar asfixiada até que te importasses… Obedeço, escuto, espero e amo.