quinta-feira, 17 de março de 2011

A tua Antropofagia


" - Enquanto tu estiveres acordado, ainda posso te ter. -minto.
Deitada na cama, com os braços para trás, deixo-me ser acariciada. Descubro um dos teus segredos inconfessáveis no momento em que tua mão pousa entre os meus seios. Tu escondes tua antropofagia em baixo das unhas roídas e teus impulsos sádicos são guardados entre os teus cabelos compridos. Ao estender a palma da mão no lado esquerdo do meu tórax, deixaste claro teu desejo de abrir meu peito ao meio e puxar meu coração pra fora. sentir o músculo ainda quente pulsar entre teus dedos e fincar teus dentes no tecido frágil está entre tuas fantasias mais excitantes. Passar tua língua na ferida aberta, saciar tua sede no caminho de sangue que escorre de minha pele para ser absorvido pelos lençóis rendados, enquanto nossos corpos nus se encontram escorregadios e manchados de vermelho.

-Enquanto estiveres viva, ainda posso te perder. - mentes."  
Texto de Andira Medeiros, São Paulo

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