quinta-feira, 21 de julho de 2011

Bem-vindo à Casa dos Segredos do Rossio

Olhares: o meu, Tónixa, baby chili, coisinha laranja :)

Esta não é uma casa qualquer, é uma nova casa, onde cresceu uma nova família, onde desvendámos os nossos segredos ao entrar numa nova etapa das nossas vidas e nesta porta que partilhámos e onde entrámos durante muitos meses que cresceu a confiança. Lá fomos nós que concebemos novos segredinhos, um cofre cheio, que cada uma de nós, e entre outros que lá se juntaram e vão juntar, fazem crescer este lar. Arranjaremos ainda mais uma montanha destes segredinhos, que constroem a nossa íntegra amizade. Esta casa, deu-nos liberdade, permissão para viver na alegria e na loucura diferente de cada uma, de fazer a maioria das coisas que nos vem à cabeça, querer acordar para saber o mais curioso que ainda iremos viver juntas. Quando lá entrámos pela primeira vez, e na banalidade não percebemos que lá seria feito história, que era uma como as outras, até entrarmos em acordo de lá ficar. Foi-nos dito que logo logo teríamos o cheiro dos nossos amigos espalhados pela casa, lá fizemos grandes amigos, e sim, é um espaço repleto de cheiros diferentes, e ainda bem, agora é um espaço especial. Porquê lá? Porque se fosse em outro sítio não descobriríamos azulejos diferentes todas as semanas. Não iria a electricidade abaixo de 5 em 5 minutos. Não teríamos uma casa perto da praça do peixe. Não teríamos vizinhas coscuvilheiras e outras que nos pedem para baixar a música durante as megas festança. Não teríamos uma rua por onde passamos todas as manhas atrasadas para as aulas e nos convidam para ir andar de moliceiro, e ainda dizem que somos meninas bonitas. Não teríamos um altar para o santo António que apesar de não abençoar as nossas notas, dá-nos grandes bebedeiras abençoadas. Provavelmente não teríamos uma sala pintada por nós, onde também já esteve grafitada. Não teríamos uma árvore de natal que ainda está colada na parede. Onde temos noites passadas como irmãs, onde partilhamos insónias, noites de estudo, noites insânias e divertidas. Onde temos dias em que adormecíamos todas e faltava tudo as aulas, ou acordava alguém eufórico que fazia questão de transformar o dia de todas. Mas o melhor do melhor, é estarmos todas juntas, lá são sempre bem-vindos os nossos amigos, e todos os dias lá passados fazem crescer esta história, em que aqui ficou tanto por dizer. Esta casa dos segredos podia ser apenas um mito, mas não, é a pura da loucura da realidade e da liberdade, que fomos nós que construímos. Este texto é dedicado a vocês, minhas Rainhas, aquelas com quem tenho o prazer de dividir este palácio feito de gestos, atitudes e amor, muito amor, onde sou feliz ao vosso lado. Concluo dizendo que um dia fazemos uma loucura… diferente das anteriores….

*Porque me lembro de as cantar com vocês* xD

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

( 50 / 50 ) o inicio, o meio e o final feliz




Quando ela o viu pela primeira vez, vasta fechar os olhos e começar a lembrar. Não é difícil, ele é a excepção, assim foi o único naquele papel,o sarcástico senhor sabe tudo. Ela estava na varanda, e parecia verão, vê as luzes, vê a festa, vê os convidados, e vê-o a andar no meio da multidão. Ele tinha o brilho do sol num dia nublado, ela seria a rapariga do sorriso partido. Depois um monte de coisas estúpidas. Ela caminhava, ela fugia, ela pulava, ela voou. Coisas que nunca pensaram que diriam, disseram. Coisas que nunca pensaram que fariam, fizeram. Os dois não queriam leis para se prender, tudo se baseou em desejos, repentinos, inconscientes, inesqueciveis. Não era perfeito, mas valia a pena, porque quando era frio lá fora, para eles eram 40ºC à sombra. Ele despido de tudo e louco. Ela não veste nada, e fica-lhe tão bem. Ele um malandro obsceno. Ela uma princesa. Por favor, não se esforcem tanto para dizer Adeus.

Catarina V.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A filha do vento



"-Alguém me dê alguma coisinha. Por favor"
Estou sentada, sozinha e ninguém me conhece ou reconhece. Neste mundo de grandes estranhos que me parece rodear, grito, choro e nada! Ninguém se irá aproximar?? Poderiam simplesmente me calcar, tropeçar num dos meus pés, darem-me um simples empurrão, para saber se eu estou cá. Que ainda estou acordada numa linha que não seria minha. Se me ignoram não recebo nem dou nada. apontem-me o dedo, ao menos que seja. Olhem-me com um olhar superior, é para isso que também aqui estou (que pensamento mais irónico), mas não, nem mal (directo), nem bem me fazem. Isolam-me de tudo, não tenho mérito, nem pulsação alguma. Não vivo num mundo à  parte, eu é que acabei por me pôr de parte. Ser inconsciente? Ser diferente? Finalmente alguém me reanima, suspiro prolongado e volto a respirar. Alguém partilha comigo e sorri. Ainda pertenço aqui? Sim, eu também ainda sei sorrir. Há sempre algo em comum. Pego numa flor e começo a tirar as pétalas uma por uma, e nada melhor do que pensar que há sempre um bem-me-quer e um mal-me-quer.

* Observando um pedinte sentado na rua, em que provavelmente não seria eu a única a vê-lo, mas talvez terei sido a única a tentar pensar como ele, sendo esta ou não a sua realidade * 

Catarina V.